A escuridão havia tomado conta da sala e de Thomas, o homem ainda estava sentado, sua respiração era leve e calma. Logo a televisão é ligada, mas dessa vez é uma silhueta feminina que o saúda.

 

- O próximo teste está prestes a começar.

 

O homem olha para a tela sem expressão enquanto se levanta lentamente e entra em posição.

 

- Mas antes precisamos ter a certeza de que pode continuar, se não quiser você pode se sentar.

 

Thomas permanece de pé por alguns segundos.

 

- Muito bem... as portas de vidro logo vão se abrir e do outro lado da ponte também se abrirão as portas de vidro de um homem condenado. Você deve mata-lo para prosseguir.

 

Assim que ela termina de falar a televisão é desligada, Thomas se vira para a parede e parece se preparar, mas ainda mantem sua feição fria. Após alguns segundos as portas se abrem e do outro lado da ponte agora havia uma cabine de vidro, dentro dessa cabine um homem magro e baixo se levanta e começa a correr já que suas portas também haviam acabado de se abrir. Ao contrário do detento Thomas segue lentamente, enquanto isso, o preso avança pelo centro e invade a ponte de Thomas o vendo e acelerando ainda mais. Thomas para e se prepara para o combate, o homem começa a ficar mais lento e quando está a poucos metros de distância Thomas coloca sua mão esquerda para trás, como se fosse pegar algo, o homem para bruscamente e Thomas aproveita a distração e gira acertando um chute no rosto do detento que cambaleia para o lado, Thomas não dá tempo de nada e segue deferindo socos mirando a face do homem que sem demora escorrega da beirada e cai da ponte, conseguindo se segurar no último instante. Thomas anda até a beirada e o olha seriamente.

 

- Eu finalmente entendi o que eles querem, vou dar isso a eles...

 

Thomas pisa no rosto do homem repetidas vezes até que o detento finalmente cede e solta caindo na escuridão. Momentos depois seu corpo alcança o que parece ser o fundo com um barulho familiar para o soldado. Thomas suspira e se vira voltando para sua cabine, ao chegar a luz é acesa e as portas se fecham, a televisão é ligada com a silhueta feminina.

 

- Você foi rápido, o próximo teste começa em breve, mas antes precisamos que nos diga o que mudou desde que chegou aqui?

 

Thomas se endireita colocando as mãos para trás e olhando diretamente para a silhueta.

 

- Quando fui convocado achei que esse seria mais um exame de admissão para uma força tarefa especial, estava otimista de que com minhas habilidades eu entraria facilmente.

 

- Isso é muito mais do que pareceu no convite?

 

- Meu superior disse que era um caminho sem volta e eu entendi isso depois do primeiro teste, quando voltei a essa sala percebi o que vocês querem, quem vocês querem.

 

- O que seria?

 

- Vocês querem o melhor, não importa a qual preço.

 

- Exato, você prosseguirá?

 

- Até o final... eu serei o melhor.

 

- Isso somente o tempo dirá, o próximo teste começa em breve, descanse bem número 8.

 

Lentamente a tela se distorce e a televisão desliga, as luzes são diminuídas até serem apagadas e logo o homem se encontra no completo escuro, Thomas se senta e suspira.

 

- Eu não ouvi qualquer ruído antes, isso significa que essas paredes ao meu redor me deixam literalmente isolado, não só isso como também não ouvi nada enquanto estava lá fora, não parecia ter mais ninguém além de mim e daquele homem... talvez a demora seja por que cada um dos participantes esteja fazendo os testes separadamente, sim, todos devem ter salas como essa.

 

Os pensamentos do homem seguem enquanto ele pode, mas logo ele para de pensar e passa a descansar.